sábado, 23 de abril de 2011

Para nova vida...



Quando percebemos que a Bicicletada de abril iria coincidir com a sexta – feira santa, ficamos receosos em que as pessoas que professam a fé cristã, grande maioria da população de nossas cidades, pudessem se sentir ofendidas com nossa atividade. Já na saída conversamos sobre isso e procuramos não passar pelas manifestações religiosas que estavam ocorrendo.

Eu, como a maioria d@s brasileir@s, também tive uma educação cristã, e tenho tentado renovar a minha espiritualidade também com base nesses ensinamentos. Como maior referência, tenho encontrado bastante discernimento no pensamento do famoso teólogo Leonardo Boff, e compartilho com vocês algumas de suas reflexões acerca do significado da sexta-feira santa:

“A festa da páscoa se presta a muitas significações. Muitas delas perderam totalmente sua referência ao seu sentido primordial como festa de libertação da escravidão de todo um povo. O que predomina hoje é seu sentido comercial: bela ocasião para o comércio e para o consumo.” (…)

(…) “Para nós hoje a páscoa pode significar uma metáfora da atual situação da Terra, nossa devastada morada comum. Nisso reside a metáfora: o Planeta como um todo está passando por uma severa páscoa, uma perigosa passagem (páscoa). Estamos dentro de um processo acelerado de perda: de ar, de solos, de água, de florestas, de gelos, de oceanos, de biodiversidade e de sustentabilidade do própro sistema-Terra.” (…)


Sendo assim, creio que há coisas muito mais “profanas” que nossa Bicicletada em sexta-feira santa, e ontém saímos pelas ruas vazias da cidade e estávamos alegres por esse motivo e pela quantidade de pessoas presentes. Cantarolamos parodiando canções populares; abastecemos gratuitamente nossas garrafinhas de água no posto de gasolina; angariamos ciclistas pelo caminho; conversamos bastante, compartilhando idéias, sonhos, sorrisos.

A próxima Bicicletada será no penúltimo sábamo do mês, concentração às 15h, saída às 16h, pois entedemos que assim mais pessoas poderão participar, lembrando que à partir das 14h é possível embarcar com as bicicletas no trem.

Que a próxima Bicicletada seja então um Sábado de Aleluia, Alegria!!! Que tenhamos esperanças numa ressurreição da vida frente a um modelo econômico, cultural, educacional e também de transportes, que fomenta e acelera a morte para tod@s as espécies, incluindo nós mesm@s.

Esperemos, mas não de braços cruzados, pelo domingo da páscoa, e da ressurreição da vida. Amém.

Originalmente postado no blog da Bicicletada ABC.

domingo, 10 de abril de 2011

II Encontro de Amigas e Amigos do MST no ABCDMRR

Dia 17 de Abril de 2011 - das 9 às 19 horas.


Local: Sindicado dos Funcionários Públicos de Diadema

(Av. Antonio Piranga, 1156 - Centro - Diadema)



PROGRAMAÇÃO


09h - Abertura, filme "A Viola te espera" (Pitan Filmes)


09h30 - Palestra e debate com João Paulo Rodrigues (Direção Nacional do MST)


12h - Almoço


14h - Organização do MST na região do ABCDMRR


16h - Atividades culturais


19h - Encerramento



REFORMA AGRÁRIA: ESPERANÇA NO CAMPO, COMIDA NA SUA MESA!



Há 27 anos, centenas de trabalhadores rurais decidiram fundar um movimento social camponês, autônomo, que lutasse pela terra, pela Reforma Agrária e pelas transformações sociais necessárias para o nosso país. Eram posseiros, atingidos por barragens, migrantes, meeiros, parceiros, pequenos agricultores... Trabalhadores rurais sem terras, que estavam desprovidos do seu direito de produzir alimentos.


Mas a semente para o surgimento do MST talvez já estivesse lançada quando os primeiros indígenas levantaram-se contra a mercantilização e apropriação pelos invasores portugueses do que era comum e coletivo: a terra, bem da natureza.


Nos forjamos compreendendo que a Reforma Agrária não é uma luta por benefícios apenas para os camponeses, mas uma forma de melhorar a vida dos que vivem nas cidades, com a redução do inchaço urbano e, principalmente, com a produção de alimentos sadios e acessíveis aos trabalhadores.


O país que queremos construir para todos já está presente hoje, quando podemos nos orgulhar em dizer que nenhuma criança passa fome nos assentamentos de Reforma Agrária. Uma realidade para 500 mil famílias que conquistaram a terra e resgataram sua dignidade ao londo destes 27 anos.



Em 17 de abril de 1996, aconteceu o Massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará. Cerca de 300 policiais invadiram um acampamento do MST e mataram 19 trabalhadores, e deixaram 60 feridos. Neste 17 de abril, faremos uma homenagem aos mártires da luta pela terra no Brasil.


Agora, é momento de olhar adiante. De perceber que muito já foi feito e que há muito a se fazer, até que uma verdadeira e efetiva Reforma Agrária seja realizada em nosso país e que todos os seres humanos possam ter uma vida digna.


Fonte: Panfleto de divulgação.


sábado, 2 de abril de 2011

As veias abertas da América Latina

Cópia disponível na internet AQUI!

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Um livro (infelizmente) atual




"Este livro supera tudo o que eu jamais li sobre o assunto e permanecerá ao longo dos anos que estão por vir. Uma obra-prima."


Carleton Beals, Montbly Review




No prefácio escrito em agosto de 2010, especialmente para esta edição de As veias abertas da América Latina, Eduardo Galeano lamenta "que o livro não tenha perdido a atualidade".




Remontando a 1970 sua primeira edição, atualizada em 1977, quando a maioria dos países do continente padecia facinorosas ditaduras, este livro tornou-se um autêntico "clássico libertário", um inventário da dependência e da vassalagem de que a América Latina tem sido vítima, desde que aqui aportaram os europeus no final do século XV. No começo, espanhóis e portugueses. Depois vieram ingleses, holandeses, franceses, modernamente os norte americanos, e o ancestral cenário permanece: a mesma submissão, a mesma miséria, a mesma espoliação.


As veias abertas da América Latina vendeu milhões de exemplares em todo o mundo. Com seu texto lírico e amargo a um só tempo, Galeano sabe ser suave e duro, e invariavelmente transmite, com sua consagrada maestria, uma mensagem que transborda humanismo, solidariedade e amor pela liberdade e pelos desvalidos.


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Eduardo Galeano nasceu em Montevidéu, Uruguai, em 1940. Jornalista e escritor, esteve exilado na Argentina e na Espanha entre 1973 e 1985. É autor de vários livros, traduzidos em mais de vinte línguas, e de uma profusa obra jornalística. Recebeu diversos prêmios, entre eles o Casa de las Américas, em 1975 e 1978, e o American Book Award (Washington University, EUA) em 1989.